Capítulo 31

Eu nem conseguia processar as informações de tanta emoção. Ter ela de volta depois de tanto tempo seria algo maravilhoso. E estava acontecendo e isso me dava uma certa esperança para o futuro. Enquanto esperava todos no saguão do hospital, um breve filme passou por minha cabeça. Desde quando ela chegou na minha casa com sua mãe e sua irmã. Eu ainda era muito novo para distinguir o que era amor, mas que eu sentia algo por ela, isso não posso negar. Depois, tudo que ela passou e sofreu por minha causa... Eu me sinto a pior criatura do mudo só de pensar em tudo. Perdido em meus pensamentos, nem percebi que Stella havia chegado com as crianças.
-Papai? –Greg disse vindo em minha direção com os passos em falso.
Amy e Greg já tinham aprendido a dar os primeiros passos há algumas semanas atrás, e como venho fazendo, gravei aquele momento para que Vanessa pudesse vê-los assim que acordasse.
-Oh meu filho... –Me levantei e fui até ele. O peguei no colo e o choro foi inevitável. –A mamãe filho, ela está acordando! Ela está voltando para nós!
(1 mês depois...)
A alegria tinha voltado a reinar. Vanessa respondia super bem aos tratamentos e aos poucos, seus movimentos iam voltando. Como ela tinha ficado muito tempo sem se mover, os movimentos eram falhos. Mas com as fisioterapias, ela estava voltando ao normal. Ainda se acostumando com a nova vida e com os bebes, mal tínhamos tido tempo para conversar sobre tudo o que aconteceu.

(Narração – Vanessa)


Na minha cabeça, eu tinha apenas dormido uma única noite. Mas ao contrario disso, meus filhos já estavam com um ano de idade. Confesso que quando acordei e os vi, me assustei. Mas os dois lembram muito o Zac e isso me deu a certeza de que eu tinha dormindo muito mais tempo do que imaginei. Mas eles eram lindos...
(Natal passado)

Amy, loirinha como o pai. Greg, moreninho, mas muito parecido com o Zac.
Aos poucos eu estava me adaptando com minha nova vida de filhos, médico toda semana, fisioterapia, e a necessidade de ter minha liberdade de volta. Eu estava bem e sentia isso, mas todos a minha volta me sufocavam até por acharem que eu necessito de atendimento 24 horas por dia. Eles não vêem que eu tenho dois bebes e que eles precisam de muito mais atendimento do que eu mesma? Eu entendo a preocupação deles e reconheço que eu poderia estar morta agora. Mas eu tenho dois filhos, e mesmo estando em coma, lutaria por eles até o fim.
Era um final de tarde. Estava sentada observando Amy e Greg brincarem na varanda e estava com o meu pensamento longe quando senti alguém me abraçando. Quando notei que eram braços fortes, já descobri quem era.
-Eles lembram muito você. Principalmente o Greg...
-Eles lembram você isso sim. Arrisco até em dizer que eles não tem nada de mim... São muito mais parecidos com você do que comigo mesma que carreguei eles por nove meses. –Rimos descontraídos. Zac sentou ao meu lado.
-Você não faz idéia de quanto senti sua falta. –Agora seus olhos começaram a se encher de lágrimas. –Pra você, pode ter parecido apenas uma noite. Mas para mim foi uma eternidade. A cada dia, eu tinha que encontrar novas forças para agüentar a pressão e saber que eu teria que criar os nossos filhos sozinho. Eu realmente não sei de onde eu tirei tanta força e estrutura para agüentar tudo isso. –Ele já não continha o choro.
O puxei para mais perto e o abracei fortemente. Apesar de tudo, eu nunca saberei como foi esse longo tempo. E o admiro por todo o sofrimento e dor. Mas mesmo assim, antes dos bebes nascerem, eu mesma havia dito a ele que a amizade era a única coisa que eu poderia oferecer. Para ele se passou um ano, mas para mim ainda continuava da mesma forma. Eu entendo que ele sofreu, mais e eu? E tudo que eu passei? Toda a humilhação e sofrimento? O tempo que passei sozinha no inicio da gravidez? Tudo isso não conta também?  Eu sofri muito. Chorei calada e se duvidasse, ele nem saberia que tem dois filhos. Pode até parecer mesquinho da minha parte, mas eu não quero sofrer de novo. Não agora, que tenho dois filhos. Eu ainda tenho essa ferida aberta dentro de mim, e apenas o tempo poderá curá-la. Certa disso, o afastei.
-Que foi? –Perguntou em meio ao pranto.
-Nada. Só acho que preciso de um tempo para colocar meus pensamentos no lugar. Sabe, muita coisa ficou sem resposta e eu pretendo encontrá-las sozinha. Não me interprete mal, eu só quero um tempo pra raciocinar tudo isso. –Me ajeitei no sofá e comecei a olhar fixamente para os bebes.
-Tempo? –O choro foi cessando e a raiva foi o tomando conta.Quando percebi que ele começava a se alterar, olhei-o novamente.  –Eu te esperei por um ano Vanessa, e agora você vem me pedir tempo? Olhe para eles! –Apontou para Greg e Amy. –Quando eles mais precisaram de você, você estava em coma e eu tive que os auxiliar mesmo sem ter forças e agora você me pede um tempo? Pra que? Pra correr atrás do Hoffman e viver um romance com ele? Fazer o que você queria ter feito antes do nascimento dos nossos filhos?
-Você está me magoando Zac... –Pequenas lagrimas começaram a querer brotar de meus olhos.
-Te magoando? Você consegue ter menção das palavras que você acabou de dizer? O tempo que te esperei não valeu de nada? –Fiquei em silêncio. –Hein Vanessa? Não valeu de nada? –Agora ele estava quase gritando. Greg e Amy se assustaram com o tom de voz do pai.
Eu não consegui responder. Só levantei, peguei Amy e Greg no colo e sai correndo casa a dentro. Mamãe e Stella já estavam a caminho da varanda para ver o que estava acontecendo quando passei por elas correndo. Subi rapidamente as escadas e me tranquei em meu quarto. Soltei os bebes no chão e me afundei na cama. Quando na verdade deveria dar auxilio a eles, eles que vieram até mim. Pediram minha ajuda para subir na cama e os ajudei. Greg me olhou fixamente como se quisesse saber o que estava acontecendo. Apenas os abracei e acabamos pegando no sono.

(Narração –Zac )

Como depois de tudo ele tem coragem de dizer que precisa de um tempo? Eu a esperei! Será que ela não consegue ver isso?
-O que aconteceu Zac? –Gina sentou ao meu lado com uma feição de preocupada.
-Nada. –Respondi grosseiramente. Me levantei e fui em direção a porta da frente.
-Aonde você pensa que vai Efron? –Stella tentou me impedir.
-E quem você pensa que é pra me interrogar sobre a minha vida?
-Eu? Eu sou a tia dos seus filhos e irmã da sua mulher. Acho que pelo menos mereço um pouco de respeito não acha?
-Respeito não se merece, se conquista. E a sua irmã acabou de perdê-lo. –A deixei falando sozinha.
Entrei no meu carro e apenas quis sair dali. Dirigi para longe até chegar no aeroporto. Parei e pensei se isso era o certo. Mas, aquela altura, já não pensava por mim mesmo.  Comprei uma passagem para a Itália. E sem malas, embarquei.
(5 horas depois...)
Desembarquei em minha cidade. Procurei meu celular e disquei os números que eu ainda sabia de cor.
-Alô?
-Mamãe?
-Filho! Como está? Como meus netos estão? Co...
-Mamãe! Calma! Uma pergunta de cada vez. Quer dizer, antes de tudo, eu preciso que você venha me buscar no aeroporto. Estou sem meu carro e não estou a fim de conversar com esses taxistas.
-Claro meu filho! Já estou a caminho!
Enquanto esperava minha mãe, pensei em tudo. Talvez seria uma loucura o que eu estava prestes a fazer, mas depois de tanto tempo que a esperei, aguardando a cada dia que passava uma nova chance de vê-la acordada e quando ela finalmente acorda, me descarta? Como se eu realmente fosse uma carta fora do baralho e que não fizesse parte daquela família? Os filhos também são meus. E se eu não posso tê-la novamente, pelo menos os meus filhos, eu quero. E vou lutar por eles até o fim.





Ainn gentei! Eu queria pedir desculpas pela demora... Estou em época de vestibular! Tenho que conciliar estudos, família, namorado... Tudo junto! Espero que alguém leia ainda.. :/// Bom, vou postar com mais frequência (espero.. Se alguém ler ainda ://) Bejo bejo.

4 comentários:

Bia disse...

eu estou lendo...rsrsrsrs.
não se preocupe sei o quanto é difícil ter que conciliar os estudos e a família.
bem...tadinho do zac, esperou a v por um ano, cuidou dos filhos praticamente sozinho, mas acho que ele tem que compreender que v acordou agora, e como a própria historia conta, pra ela e como se ela tivesse apenas dormido uma noite, então ela tem que pensar no que vai fazer da vida. só espero que o zac não faça nenhuma besteira. o capitulo está maravilhoso flor.

Rafaela Diniz disse...

Oiii amore...eu entendo que é difícil pra você...mas confesso que pensei que você não iria mais postar...rsrs
o capítulo tá show =D
sei que a Vanessa agiu errado por pedir um tempo ao Zac, mas ele também tá errado em fugir dos problemas assim...
ele tinha que ficar e mostrar a ela que sempre foi um bom pai e que ama ela e o seus filhos acima de tudo...
ele não pode fazer besteira, não agora que tudo pode ficar bem...
posta mais,bjks

Anônimo disse...

cada capitulo que eu leio,fica mais ansiosa para ver o proximo (: otimo capitulo, bjs

Liriane disse...

Li a sua ficção em dois dias
Estou amando:)
Ansiosa pra saber o que irá acontecer!!!


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